Portugal é um dos países que mais confia nas notícias, mas o número tem vindo a descer
Portugal está entre os mercados que mais confiam nos meios noticiosos, e lidera essa métrica entre os países do sul da Europa. No entanto, este valor está a diminuir, tendo descido 12 pontos percentuais na última década, segundo o relatório do consumo de notícias digitais do Reuters Institute.
54% dos portugueses inquiridos afirma “confiar na maioria das notícias, na maioria do tempo”. Foto: Pixabay
O relatório do consumo de notícias do Instituto Reuters (Reuters Institute Digital News Report) de 2025 foi divulgado esta terça-feira (17). O documento informa que 54% dos inquiridos em Portugal afirma “confiar na maioria das notícias, na maioria do tempo”. Esta percentagem tem vindo a diminuir na última década. Em 2015, quando Portugal foi incluído no relatório pela primeira vez, 66% dos inquiridos mostravam ter confiança nas notícias; no ano passado, este valor estava nos 56%.
No topo da classificação dos órgãos de comunicação mais confiáveis, segundo os inquiridos em Portugal, estão a RTP, o Jornal de Notícias, o Expresso, a SIC e a Rádio Comercial.
Onde é que os portugueses consomem mais notícias?
Na última década, o consumo de televisão decresceu, mas continua a ser uma forte fonte de notícias para muitos portugueses. Contrariando a tendência global, em Portugal, a televisão é o primeiro meio de informação a que a maioria dos portugueses recorre pela manhã.
Quando questionados sobre os meios onde consomem notícias, 69% diz utilizar meios digitais (incluindo websites e aplicações de notícias, redes sociais, plataformas de vídeo, podcasts de notícias e chats de Inteligência Artificial), 67% usa a televisão, 44% utiliza as rede sociais e 17% os jornais impressos. Pela primeira vez, o relatório analisou o uso de ‘chatbots’ de Inteligência Artificial como fonte de notícias, que 4% dos inquiridos portugueses dizem utilizar.
Na secção dedicada a Portugal, o relatório do Reuters Institute de 2025 indica que os cinco órgãos de comunicação não digitais (offline) mais consumidos pelos portugueses inquiridos são, do mais para o menos utilizado, a SIC, a CNN, a RTP, a TVI e o Correio da Manhã (jornal impresso).
No que diz respeito às notícias “em linha”, os órgãos mais consumidos são, também por ordem, a SIC (online), o Notícias ao Minuto, a CMTV (online), o Correio da Manhã (online) e o Jornal de Notícias (online).
Apesar de os meios online – categoria que inclui websites e aplicações de notícias, redes sociais, plataformas de vídeo, podcasts de notícias e chats de Inteligência Artificial – serem os mais utilizados pelos portugueses, apenas 10% dos inquiridos dizem pagar alguma subscrição de um meio de notícias digital, um valor que está abaixo da média dos países analisados. Em Portugal, os órgãos mais subscritos online são o Expresso, o Público, o Observador e o Correio da Manhã.
Em oitavo no ranking da liberdade de imprensa
Portugal mantém-se bem classificado no World Press Freedom Index Score, a classificação é relativa à liberdade de imprensa e desenvolvida pela associação Repórteres Sem Fronteiras. Este ano ficou em oitavo lugar, um degrau abaixo do ano passado. Nos três primeiros lugares desta lista ficaram a Noruega, a Estónia e os Países Baixos, respetivamente.
A pesquisa analisada no relatório do Reuters Institute foi conduzida pela YouGov, e realizada através de um questionário digital, entre meados de janeiro e o fim de fevereiro de 2025. A amostra global foi de cerca de 97 mil inquiridos, e a amostra de Portugal foi de 2014 inquiridos.
O relatório pode ser consultado na íntegra aqui.