Depois de Agustina, Camilo. Começou a nascer um novo mural junto à FLUP

Um novo mural já começou a ser pintado na parede exterior da CCDR-N, junto à entrada principal da FLUP. Na obra de arte, vão estar representadas 13 das principais obras de Camilo Castelo Branco, para assinalar o bicentenário de nascimento do autor.

Leonor Violeta é uma das artistas convidadas para pintar o mural comemorativo do bicentenário de nascimento de Camilo Castelo Branco. Foto: Maria Saraiva Brandão

Na parede exterior da sede da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), junto ao portão principal da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) está a nascer uma nova pintura mural.

Desde outubro de 2022 que o local era tela para uma obra com 120 metros de extensão que serviu para celebrar o centésimo aniversário de Agustina Bessa-Luís. Agora, no ano em que se  assinalam os duzentos anos de Camilo Castelo Branco, a CCDR-N convidou treze artistas para pintar um mural representativo de treze das suas principais obras.

Num dos painéis, já é possível reconhecer o rosto de Camilo, que dará origem à representação da obra autobiográfica “Memórias do Cárcere”. Vai ser pintada por Sphiza, uma das artistas convidadas para dar vida ao mural coletivo de homenagem. A artista está a colorir o retrato de “Zé do Telhado”, uma outra personagem do livro, que Sphiza descreve como “uma figura meio Robin dos Bosques português”. Enquanto dá algumas pinceladas, explica ao JPN que “ainda está tudo no início” e que é esperado que a pintura do mural só esteja finalizada “daqui a duas semanas”.

Sphiza integrou o grupo de artistas que fez o mural de homenagem a Agustina. Já para Leonor Violeta, que na manhã desta terça-feira (17) também estava no local, é a primeira vez a pintar esta parede. Foi convidada a representar a obra “Coração, Cabeça e Estômago” e já se consegue observar um grupo de sete mulheres, a segurar uma lança, sobre um fundo azul.

A artista explica que esta obra está dividida em três capítulos, um para cada órgão do título, e que o mais extenso é o referente ao coração. “A personagem principal gere a sua vida a partir das emoções. Apaixona-se por sete mulheres, e as relações nunca resultam. Esta lança não é necessariamente a seta do cupido tradicional. É uma forma de mostrar que o amor também dói”, declara Leonor Violeta ao JPN.

A iniciativa tem como curador artístico Frederico Draw e conta com as participações de Daniel Africano, Sphiza, Mots, Daniel Eime, Ana Torrie, Godmess, Mesk, Virus, Leonor Violeta, Ana Seixas, Francis.co, Mariana Malhão e Ruído, avança a CCDR-N em comunicado.

As celebrações do bicentenário de Camilo Castelo Branco vão decorrer até 2026, com uma programação comemorativa da vida, obra e legado cultural do escritor conhecido do grande público pela obra “Amor de Perdição” e cujo alcance atravessa fronteiras.

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